Quando eu o conheci, ele namorava uma mulata do tipo exportação.
Eu pensei “esse nêgo tá podendo”.
Muito alto, magricelo, longilíneo e esguio. Um humor gostoso demais e um sorriso que escancara todos os dentes. Assim é o meu amigo Deribaldo Santos. Ariano, alto astral, pensador e sonhador. Em suas próprias palavras: poeta, peão e professor.
Dos primórdios de nossa amizade até hoje, muitas coisas mudaram. Trocamos de namorados/as, de endereço, de profissão e de país. Ele até tornou-se pai novamente, desta vez de uma bailarina.
Há uns sete anos atrás eu estava solta na buraqueira, como ele mesmo dizia. Eu frequentava todos os reggaenights possíveis da praia de Iracema. Mas um em especial era sagrado para mim e eu não faltava de jeito nenhum. Era o reggaezinho de domingo no Ritz Café. Eu ia sozinha mesmo, porque o que eu queria era dançar; dançar muito! Mas eu sabia que lá encontraria o meu querido amigo Deri. E lá pelas tantas a banda tocaria aquele Bob Marley maneiro para eu e ele dançarmos juntinhos. Era uma coreografia dele, bem compassada, que só funcionava com ele. Até hoje é assim…
Por acaso uma vez descobri que Deri era vizinho de um amigo meu dos tempos de faculdade. Que mundo pequeno! – eu pensei. Não faltaram festinhas regadas à maracatu, sambinha e claro, reggae.
Deri uma vez me convidou para passar o final de semana em sua casa de praia em Pontal do Maceió. Ele tinha essa casinha idílica pertinho do mar e bem longe da civilização. Para todos os lados ao redor da casa só havia areia, mar, ar e céu. À noite também haviam algumas cobras cascavéis, mas ao voltarmos de uma noitada em Canoa Quebrada, soubemos como dribá-las e dormimos ao som dos seus chocalhos.
Não vejo Deri faz um bom tempo, mas estamos sempre em contato. Compartilhamos um com o outro projetos, idéias, histórias, poemas e risadas. Ele vive ensaiando uma visita, mas enquanto ele não vem, ele me envia os seus textos dos quais gosto tanto – eles podem ser encontrados na categoria Úbere deste blog.
Quero muito bem a este amigo e sonho com o dia em que vamos dançar de novo aquele Bob Marley juntinhos…
Divagando Devagar 
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